quinta-feira, 12 de abril de 2012

Obras da avenida Tendá: "eterno transtorno", reclamam moradores e comerciantes

Não é segredo para ninguém o transtorno que as obras realizadas na Avenida Capitão Joaquim Floriano de Toledo estão causando. O trânsito caótico prejudica excepcionalmente o comércio local. Segundo os comerciantes, a obra começou em outubro do ano passado. Já a assessoria de imprensa da Prefeitura, informa que foram iniciadas em janeiro deste ano. Segundo o SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), o trabalho não tem previsão de término e seguirá até a Rotatória Élcio Correia de Moraes (próximo a Avenida Monsenhor Seckler).


Foto feita no dia no mês de março, mostra
acesso à avenida fechado
Após a averiguação da equipe da Viu!, a via foi
liberada e o processo de pavimentação iniciado

















Os moradores e os comerciantes estabelecidos nos pontos atingidos pelo caos reclamam do descaso e criticam a demora da obra. Além disso, a poeira que é levantada durante esse processo, causa problemas tanto à saúde, quanto à circulação de pedestres. Segundo os empresários, o problema do pó que é levantado diariamente, poderia ser resolvido por um caminhão-pipa. Porém, a assessoria de imprensa informou que a Ouvidoria do SAAE recebeu um pedido para que esse serviço fosse oferecido, mas, se o solo ficar muito úmido, irá dificultar a compactação da terra, além de atrapalhar a finalização do serviço. 

Entretanto, os buracos abertos já deveriam estar sendo asfaltados. No período em que a equipe de reportagem da Revista Viu! esteve presente no local, as cavidades permaneciam escancaradas, sem nenhuma providência a ser tomada. Somente após as fotos que foram tiradas dessas fendas, que foram iniciadas as obras de pavimentação na Avenida.

Prejuízo ao comércio
Segundo Milana Rodrigues, as vendas caíram
cerca de 70%, devido o trânsito fechado.
Mais um fator prejudicial é a questão das vendas do comércio local que despencaram cerca de 70%. As empresas reclamam da dificuldade que os motoristas têm para conseguirem chegar até o estabelecimento. Devido a isso, os clientes acabam procurando um lugar com mais facilidade de acesso. Segundo Milena Castro Angelieri Rodrigues - proprietária da Casa Guarani – o problema é o trânsito fechado. “O pior, é a dificuldade de acesso ao estacionamento da loja. Isso faz com que o consumo dos produtos diminua”, destaca.
Outra reclamação, dessa vez feita pela responsável da floricultura Vira Mania, Viviane Deliberali, é a conta de água que vem muito acima do que costuma consumir. Ela conta que a maior parte dos seus produtos são consumíveis e, como é do ramo de flores, é necessário molhar a frente da loja ao menos três vezes ao dia. “A conta de água está vindo muito acima da média. Obras devem ser feitas sim, mas também devem ter um término”, conta.

Após meses de obras, uma faixa foi fixada
ao lado da Casa Guarani, demonstrando
a insatisfação dos responsáveis
Além das reclamações, os comerciantes tem se manifestado de outras formas, como a confecção de uma faixa colocada ao lado da Casa Guarani, com a seguinte frase: “A demora dessa obra é uma vergonha para nós portofelicenses”. O protesto se refere ao tempo que está levando para a obra ser concluída. Nela, expressões significativas de que o processo já deveria ter acabado está explícito.










Trânsito
Um dos principais cruzamentos da cidade (rua
Cardoso Pimentel x Av. Marginal do Tendá), está
fechada há mais de três meses.
Um dos maiores problemas que os motoristas tem enfrentado, é o fechamento de um dos principais cruzamentos. O condutor que está na rua Cardoso Pimentel, sentido centro, encontra um desvio nesse trajeto, e deve ir em direção a rua Campos Sales. Segundo os comerciantes, o correto seria que ao menos um Agente de Trânsito permanecesse no local da obra devido às imprudências e manobras perigosas realizadas pelos motoristas. A assessoria de imprensa da Prefeitura novamente foi procurada pela equipe da Revista Viu! para tentar resolver o caso, mas, até o fechamento da matéria não houve nenhuma manifestação.





A obra
Segundo a assessoria de imprensa, a obra compreende a implantação de um novo coletor tronco de esgotamento sanitário, pois é necessário para aumentar a capacidade da tubulação do esgoto local, evitando eventual transbordo. A tubulação antiga, que levava o esgoto até a elevatória, já estava apresentando sinais de que não aguentaria a demanda. Em momentos de pico, poderia haver extravasamentos e rompimentos de alguns pontos da tubulação. Esse novo coletor contará com mais de 1.750 metros de extensão de rede coletora de esgoto, e tem um investimento previsto de R$ 1.787.359,24.

Conforme citado pela assessoria de imprensa, foi realizada uma licitação na modalidade Concorrência Pública, da qual a empresa A. Fernandez Engenharia e Construções LTDA foi vencedora, em observância a legislação vigente. Além disso, acrescenta que ela vem cumprindo o que está estabelecido no contrato. E finaliza dizendo que o ritmo mais lento da obra, é devido ao solo rochoso. Foram encontradas uma grande quantidade de rochas duras, o que não era esperado. Também foi cogitada a possível utilização de explosivos para a retirada das pedras. Mas devido à proximidade das casas, essa possibilidade foi descartada, pois ofereceria riscos de abalo nas estruturas dos imóveis, além da segurança da população.


São inúmeras as dificuldades que a empresa A. Fernandez tem passado, segundo o engenheiro responsável pela obra, um dos maiores problemas são as rochas encontradas durante o trajeto. Além disso, ele informa que a obra está parada para que seja feita a pavimentação da avenida. "A partir de maio, o andamento da obra será agilizado", finaliza.


Em Tempo: 
Para a produção da matéria acima, a equipe de reportagem da Revista Viu! encaminhou uma série de perguntas à assessoria de imprensa da Prefeitura de Porto Feliz. Em uma clara demonstração de falta de profissionalismo e respeito aos leitores, a assessoria de imprensa do município encaminhou as perguntas e respectivas respostas a um perfil de facebook, que, por sua vez,  a reproduziu na íntegra.




Fotos: Paulo Henrique Baldini / Revista Viu! Porto Feliz
"Meu consumo de água aumentou muito, tenho
que molhar a rua para tentar minimizar
o pó", ressaltou a empresária Viviane Deliberali
Ainda com o cruzamento fechado, veículos
voltaram a trafegar parcialmente pela avenida
Com o cruzamento fechado, motoristas cometem
imprudências
Obras foram paralisadas para a pavimentação

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